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SERÁ QUE AS TRANSMISSÕES DOS MOTOCICLOS ESTÃO VERDADEIRAMENTE PROTEGIDAS COM LUBRIFICANTES NORMAIS?

Saiba mais sobre os aspetos que envolvem a proteção da transmissão dos motociclos.

Transmissão para motociclos

O setor automóvel tem evoluído a um ritmo vertiginoso ao nível do desenvolvimento das especificações técnicas dos diferentes componentes que equipam os motores e os mecanismos auxiliares. Quando a lubrificação de motores para veículos começou a ser regulamentada, esta foi desenvolvida por grupos de trabalho em organizações como a API, ACEA e ILSAC. Todos estes incluíam parâmetros físico-químicos e vários resultados de testes a que um produto tinha de ser submetido para ser considerado adequado. 

 

Para além destes regulamentos, que são considerados especificações gerais, nos veículos ligeiros e pesados, no passado recente e até à data, os próprios fabricantes têm conduzido o processo de regulamentação, com requisitos técnicos e até testes e ensaios exclusivos para os seus próprios motores. Em função disso, emitem especificações técnicas que satisfazem os requisitos mais exigentes dos respetivos motores. No entanto, no caso dos motociclos e das scooters, a situação é diferente.

1. REGULAMENTOS ESPECÍFICOS DE LUBRIFICANTE PARA MOTOCICLOS

Em 1994, altura em que ainda não existia uma regulamentação ad hoc para os lubrificantes de motociclos, uma subcomissão japonesa da JAMA (Japan Automobile Manufacturers Association) começou a estudar os efeitos da utilização de lubrificantes de veículos ligeiros de passageiros em motociclos, à semelhança do que se fazia até então. Nessa altura, o Japão era o centro da mais avançada tecnologia de motociclos do mundo e um dos principais exportadores do mercado. Foi analisada a problemática da utilização deste tipo de lubrificante para veículos ligeiros de passageiros em motociclos com motor, transmissão e cárter da embraiagem partilhados, bem como em scooters com uma refrigeração muito mais limitada (consultar artigo “Diferenças na lubrificação de veículos de passageiros e motociclos” no FastScan). Passados dois anos, foi lançada a primeira norma japonesa e mundial relativa a lubrificantes para motociclos. Esta norma foi criada sob a égide da JASO (Organização Japonesa de Normas para Automóveis). Foi rapidamente adotada por outros mercados, tendo surgido alternativas paralelas de organizações como a API, que se desenvolveram ao mesmo ritmo.

 

Nesta primeira fase de desenvolvimento, foi regulamentada a adequação da fricção das embraiagens em banho de óleo e a qualidade do lubrificante para motociclos e scooters. À medida que a evolução dos lubrificantes para automóveis avançava, a norma JASO para motociclos teve de ser atualizada várias vezes para elevar os padrões de qualidade ao nível mais elevado possível. Além disso, incluiu paulatinamente melhorias no controlo de emissões e na economia de combustível. A JASO afirmou-se como a especificação global.

 

Esta norma de qualidade permitia garantir que o lubrificante utilizado num motociclo ou numa scooter era totalmente adequado em termos de proteção do motor e também para permitir o funcionamento correto da embraiagem em banho de óleo, que requer alguma fricção para permitir o acionamento adequado dos discos. No entanto, não havia qualquer especificação quanto aos cuidados a ter com a transmissão. Só em 2006 é que se acrescentou um requisito mínimo de fósforo. Mas porquê o fósforo?

 

O fósforo é um elemento muito utilizado nos aditivos antidesgaste e de extrema pressão. É muito utilizado, no âmbito de diferentes moléculas químicas, em lubrificantes suscetíveis de quebrar a camada de lubrificação por causa das tensões mecânicas. Isto é comum nas transmissões. Normalmente, gera uma película sacrificial, em que a energia gerada por um impacto mecânico é absorvida pela transformação química desta substância, de modo a proteger as superfícies. A JASO incorporou na sua especificação um teor mínimo de fósforo, compatível com a gama estabelecida por outras organizações (como a API ou a ACEA) nas quais se baseia parcialmente, de modo a garantir uma proteção suficiente da transmissão.

 

Em teoria, isto iria regular perfeitamente a especificação dos lubrificantes para motociclos, sendo os três elementos sensíveis (motor, embraiagem e transmissão) abrangidos pela respetiva proposta. Para lidar com os testes de lubrificantes comerciais que gostariam de reivindicar a norma JASO, o fabricante tem de declarar e avaliar juntamente com a JASO que o respetivo produto cumpre, antes de mais, os requisitos de um dos níveis API, ILSAC ou ACEA estabelecidos. Isto garante (devido à variedade de testes envolvidos) a proteção do motor. Após a verificação, há uma série de requisitos físico-químicos que têm de ser avaliados. Os mais relevantes são a viscosidade HTHS (alta temperatura e alto cisalhamento), a estabilidade ao cisalhamento (para verificar a resistência ao esforço mecânico, com um teste que simula o comportamento através de um bocal) e o já referido nível de fósforo.

 

Posteriormente, há uma terceira fase em que se avalia o desempenho do lubrificante numa embraiagem em banho de óleo (num determinado teste JASO). Em função do resultado do teste, o lubrificante é classificado numa das duas categorias JASO (MA, para lubrificantes adequados para motociclos com embraiagem em banho de óleo, ou MB, para lubrificantes que não são adequados, geralmente scooters). 

2. OS LUBRIFICANTES PARA MOTOCICLOS SÃO REALMENTE TESTADOS QUANTO À PROTEÇÃO DA TRANSMISSÃO?

Se prestarmos a devida atenção, verificamos que existe um controlo dos parâmetros para todos os componentes do motociclo, mas, na verdade, só é verificado o desempenho real do motor (através dos testes API, ACEA e/ou ILSAC subjacentes) e da embraiagem (através do teste da JASO). No entanto, no caso da transmissão, apesar de ser exigido um valor mínimo de fósforo e de ser medida a estabilidade ao cisalhamento, não existe um teste de desempenho eficaz numa transmissão de um motociclo. 

 

No setor dos lubrificantes, existem vários testes que são amplamente utilizados para avaliar o desempenho dos lubrificantes de transmissões, nomeadamente o FZG (Forschungsstelle für Zahnräder und Getriebebau, ou seja, Centro de Investigação de Engrenagens). Neste teste são utilizadas duas engrenagens, que são submetidas a diferentes cargas e condições de funcionamento, que se tornam cada vez mais exigentes até que o lubrificante deixa de conseguir separar bem os dentes de engrenagem e se verifica a fase de falha. Quanto mais fases o lubrificante conseguir suportar sem falhas, maior será a sua proteção durante o funcionamento de uma transmissão ou engrenagem. Embora a JASO tenha tentado várias vezes integrar este ou outros testes nas suas atualizações, existem problemas de falta de repetibilidade interlaboratorial. Por este motivo, este e outros testes têm sido rejeitados pelos grupos de trabalho e continuam a ser ponderadas outras opções para a respetiva inclusão em futuras revisões da JASO. 

 

No entanto, o FZG continua a ser um bom indicador do desempenho real das engrenagens da transmissão. É por esta razão que alguns fabricantes de motociclos exigem testes FZG aos respetivos lubrificantes genuínos, incluindo a avaliação do desgaste, corrosão e micropitting (mau funcionamento do material devido ao desgaste, em geral). Além disso, os fabricantes de lubrificantes mais conceituados, com uma vasta experiência no fabrico de lubrificantes para motociclos, que colaboraram com a JASO e com os fabricantes, incluem de forma voluntária os testes FZG quando desenvolvem um novo produto, de modo a estabelecer um certo rigor técnico.

3. A IMPORTÂNCIA DE ESCOLHER OS LUBRIFICANTES CERTOS PARA UMA PROTEÇÃO COMPLETA DA TRANSMISSÃO

É extremamente importante escolher um lubrificante para motociclos que cumpra não só a norma JASO recomendada pelo fabricante, mas também que seja desenvolvido e produzido por uma empresa que não se limite às normas aplicáveis e invista em desenvolvimentos aos testes internos que garantam a máxima proteção de todos os componentes, incluindo a transmissão. 

 

Na Castrol, há décadas que garantimos a proteção de todos os componentes de motociclos e temos experiência em cenários que vão desde a condução quotidiana e deslocações diárias até aos mais altos níveis de competição e corrida. É neste âmbito que inovamos na formulação e a aplicamos à nossa gama de motociclos Power1, incluindo os mais recentes desenvolvimentos para proteger o sistema de transmissão dos nossos tão estimados veículos de duas rodas.

o lubrificante certo
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